Entrevista com Milton Aloísio - Presidente do GEO GRUPO
Por Administrator
17 de novembro de 2007
DE MILTON PARA MILTON
Milton Frank entrevista Milton Aloísio Presidente do Grupo de Estudos de OVNIS.
1- Porque você resolveu se dedicar à ufologia?
Milton Aloísio: Até fico com a impressão de que foi em atenção a um chamado. Creio que todos que foram levados à ufologia, a partir de um avistamento, têm este tipo de sentimento. Contava apenas 9 anos de idade quando, numa noite de céu limpo do mês de novembro de 1.962, na companhia de dois primos, presenciamos a passagem de um belíssimo OVNI de forma de pratos superpostos, quase do tamanho de uma lua cheia. O mesmo girava em torno de seu eixo e emitia luzes coloridas que se alternavam, entre o amarelo, azul, verde e vermelho. Silenciosamente, cortou o céu de sul a norte. Aquela imagem nunca mais me saiu da cabeça. E inusitadamente (em vista da pouca idade e em época de pouquíssimos, difíceis e ultrapassados meios de pesquisas), passei a sair à caça de todas e quaisquer informações sobre aparecimentos de OVNIS. Já àquela época passei a alimentar o sonho de criar, quando pudesse, um grupo de pesquisas, reunindo pessoas que, como eu, interessavam-se pelo assunto. Assim, posso afirmar que não resolvi me dedicar à ufologia. Diferentemente, acho que fui levado a me dedicar às pesquisas, mesmo que precariamente, mas com zelo, dedicação e persistência que vem varando as últimas décadas. Afinal, já conto 44 anos que tento acompanhar, da melhor forma que me é possível, aquele que é, sem dúvida, o maior enigma de todos os tempos.
2- Como, Quando, Onde e Porque o GEO – Grupo de Estudos dos OVNIS foi fundado?
Milton Aloísio: Como disse anteriormente, desde criança, como que atendendo um quase comando, alimentava um persistente ideal de, no futuro, criar um grupo para estudo dos Ovnis e suas evidências físicas. Mas minha família era de poucos recursos. Meus sonhos pareciam muito longe e quase inatingíveis. De 1962 a 1974, só restou a vontade. Neste último ano ingressei, após aprovação em concurso, nos quadros funcionais do Banco do Brasil. A primeira missão foi ajudar minha família, eis que minha dívida de gratidão, com a mesma, era enorme. Mas em 1979, especificamente no dia 27 de junho, com uma palestra do eminente e já saudoso Hulvio Brant Aleixo, presidente do CICOANI, na sede da AABB de Pará de Minas, foi oficialmente criado o GEO – Grupo de Estudo dos Ovnis. À medida que o grupo de interessados foi crescendo, atingindo interessantes e representativos segmentos da sociedade Paraminense, sentimos-nos com a obrigação de regulamentá-lo. Mais adiante, em 04 de maio de 1984, após amplas discussões democráticas, foi aprovado e celebrado o seu estatuto. Daí adveio necessidade do registro e regulamentação do Grupo, como tarefas complementares. Desde aquela época o GEO encontra-se devidamente registrado nos órgãos públicos competentes. Nos termos do art. 1º do referido Estatuto Social, “O GEO é uma sociedade civil de pesquisas, independente, sem fins lucrativos, que procura concorrer para a solução do enigma OVNI. Nos termos do art. 2º, “São finalidades do Grupo: a) pesquisa (coleta de dados); b) divulgação; c) documentação; d) observação aero-espacial; e) intercâmbio com similares nacionais e estrangeiros”.
3- Como você vê a realidade da ufologia mundial neste momento?
Milton Aloísio: Analiso a questão sobre diversos prismas. Primeiramente, no tocante a descobertas e respostas ao enigma, entendo que a UFOLOGIA não andou em nenhuma direção. Está no exato ponto onde teve início, quando surgiram os primeiros estudiosos. Teorias mirabolantes surgem a todo momento, a ponto de levar-nos a sentir extremada saudade daqueles tempos pioneiros. No entanto, servem essas, quase unicamente, para fabricar uma casta de alucinados e novéis pesquisadores, na grande maioria. E tudo se dando a partir de gabinetes, via internet. Felizmente, algumas boas exceções surgiram na nova safra de pesquisadores. E essa postura tem afastado a pesquisa de um ponto básico e de suma importância: - a pesquisa de campo, em busca de casos reais e concretos.
Em segundo lugar, no tocante ao quesito relacionamento entre estudiosos, acho deplorável o estado em que se encontra a ufologia, notoriamente a brasileira. A intolerância, a falta de humildade, o desrespeito e até a grosseria existente nos inter-relacionamentos entre boa parte dos estudiosos é algo catastrófico, sentido em qualquer lista de discussão, comunidades e espaços virtuais que tratam do tema. Essa postura está inibindo, de forma lamentável, a participação de uma casta de bons nomes e que efetivamente teria muito a acrescentar ao debate ufológico. Creio que a ufologia, neste momento, necessita muito dos humildes.
Por último, vejo a realidade de uma ufologia perigosamente tendente ao consumismo. Embora aos mais previdentes seja possível se esquivar dos exageros e sensacionalismos, entretanto, para as novas mentes em formação essa realidade pode ser extremamente danosa.
4- Recentemente você divulgou uma lista em sua comunidade no ORKUT dos 10 casos mais relevantes, o qual você frisou que não era sua. Portanto agora, gostaria que você mencionasse na sua opinião quais são os 10 casos ufológicos do mundo para você?
Milton Aloísio: Uma listagem da espécie nunca vai conseguir ser uníssona. É questão de foro íntimo. Para mim, o caso mais importante foi o que me fez interessar pelo assunto, ou seja, aquele acontecido comigo na noite de 9 de novembro de 1.962.
Sem levar em conta aqueles acontecidos durante a - que eu costumo chamar de – “era clássica” da Ufologia, e sem pretender polemizar, creio como sendo bastante significativos (e que marcaram minha caminhada) os seguintes:
1.Os Foo-fighters;
2.O avistamento de Kenneth Arnold;
3.O incidente de Roswell;
4.A perseguição efetivada por Thomas Mantell;
5.A invasão de Washington em julho de 1952;
6.A abdução de Antônio Villas Boas;
7.O caso da Ilha de Trindade;
8.A abdução do casal Betty e Barney Hill;
9.Ovnis perseguidos pela FAB;
10.O incidente de Varginha.
5- Como você acredita que um investigador de casos ufológicos deve proceder para investigar um caso?
Milton Aloísio: Independentemente do ramo da ufologia, com total imparcialidade e emprego de rigorosa metodologia científica, na condução e conclusão de seus trabalhos. Deve procurar, invariavelmente, não influenciar os envolvidos em suas investigações. Assim, saber ouvir e intervir, de forma adequadas, são característicos indispensáveis a serem perseguidos.
6- Você já vivenciou algum caso ufológico? Caso positivo, relate-o. Caso negativo, te perguntaria, Você está preparado para ter um contato com seres de outro planeta?
Milton Aloísio: Já presenciei, além daquele citado em resposta à primeira pergunta, diversos outros fenômenos luminosos à distância, porém, nenhum digno de maior divagação neste momento. Sobre a segunda parte desta pergunta, confesso que não sei se estou preparado para um contato com seres de outro planeta. Isso porque, não creio que estejamos sendo visitados unicamente por seres pacíficos. A própria história da nossa civilização demonstra que não é o progresso da ciência que produz o crescimento espiritual de uma raça. Fosse assim e estaríamos vivendo em um mundo fraterno, justo e harmônico.
7- O que você acha da qualidade da ufologia brasileira?
Milton Aloísio: A ufologia brasileira, infelizmente, é desorganizada. Por isso a mesma não tem o respeito desejável. Entendo que todos os Grupos de Pesquisas deveriam se organizar internamente, saírem da informalidade e promoverem seus registros mínimos. Deveriam procurar contar, em suas fileiras, com elementos das mais diversificadas áreas do conhecimento, nunca fechando suas portas à possibilidade de admissão e formação de novos estudiosos. Estes grupos organizados, o passo seguinte seria a fundação de uma entidade representativa nacional. Nada imposto de cima para baixo. Ao contrário, teria seu estatuto elaborado pela vontade da maioria absoluta dos integrantes destes grupos, a qual se submeteriam e elegeriam, democraticamente, os seus representantes. Mas isso, diante da realidade que se afigura no seio da ufologia, parece ser sonho inatingível.
8- Dos casos que o seu grupo investigou, qual o que mais te convenceu da existência de seres extraterrestres?
Milton Aloísio: A casuística na região de Pará de Minas, fincada no centro-oeste do Estado de Minas Gerais, era, nas décadas de 60 a 80, muito diversificada. A seguir, seguindo o contexto nacional, e porque não dizer mundial, houve, inexplicavelmente, uma sentida diminuição de ocorrências. Nunca vi um ser extraterrestre. Melhor dizendo, nunca consegui distinguir um, no meio em que vivo (risos). O caso que mais me convenceu, não da existência de Ets propriamente ditos, mas da evidência do fenômeno UFO em si, foi quando, ainda na década de 70, duas estudantes de direito, ao retornarem à cidade, após freqüentarem suas aulas vespertinas na vizinha cidade de Divinópolis, próximo às 19:30 horas, viram a aproximação de um objeto voador que emitia forte e estranhíssima luminosidade, voando baixo entre as serras da região. Continuando sua jornada, nunca poderiam imaginar que, alguns quilômetros à frente, iriam se defrontar com o referido objeto pousado na BR-262, bem próximo do trevo de Pará de Minas, ocupando um dos lados da pista. De forma completamente inusitada, continuaram o seu trajeto e passaram lateralmente pelo mesmo, porém, mudas e petrificadas. Não trocaram entre si nenhum tipo de comentário. Somente mais adiante, com o carro e relógios parados, em pane total, e após receberem a ajuda de passantes, é que conseguiram dizer as primeiras palavras sobre o ocorrido. O caso poderia ser interpretado como mais simples, não fosse a grande comprovação posterior. A famosa TV Itacolomi, com suas transmissões a partir da capital mineira, logo em seguida, passou a noticiar, em contínuas edições extras de seu jornalismo, a ocorrência de dezenas e dezenas de aparições e pousos por todo o Estado, inclusive em Belo Horizonte. Foi , sem dúvida, a grande noite dos Ovnis em Minas Gerais. Com certeza, neste dia, restou patente para mim que o fenômeno era real, massificado e contundente. Não é difícil deduzir que estes objetos são operacionalizados por inteligências desconhecidas, Ets ou não.
9- O que você diria a um jovem que quisesse iniciar uma vivência de investigador de casos ufológicos?
Milton Aloísio: Primeiramente, que procure ter uma postura a mais humilde possível. Somente assim conseguirá atingir o seu objetivo. O humilde sabe ouvir, aquilatar detalhes, qualidades que, quase sempre, escapam dos arrogantes e insensíveis. Mas também deverá saber, com facilidade, separar o joio do trigo. Tenha em mente que ninguém é dono de nenhuma verdade, como também não é detentor de nenhuma resposta efetiva que possa explicar o fenômeno. Dedique-se às pesquisas de campo e que não confunda este trabalho com a mera vigília programada. Vá diretamente à fonte, investigue, anote todos os detalhes, e a partir desse conjunto e esgotadas as análises necessárias, elabore, então, um trabalho com padrão e rigores científicos, sendo esta a única forma do mesmo vir a ser respeitado. Entretanto, não ouse pretender alçar a ufologia, por ora, como sendo um ramo da ciência. Ao contrário, procurar com trabalhos bem elaborados, cada vez mais pressioná-la (a ciência) no sentido de rever seus conceitos sobre o tema.
Contente-se com o fato de que a ufologia, presentemente, é um ramo da Nafologia, que é o “campo de estudo que lida e examina todos tipos de fenômenos e acontecimentos que dizem existir ou que aconteceram, para quais não existe explicação científica”. Inclui campos tão diversos como: astrologia, ocultismo, superstição, espiritismo e reencarnação. A meta da nafologia é encontrar respostas para esses fenômenos e averiguar como e de que maneira afetam a vida humana. Algumas das áreas de interesse dos nafologistas estão também sendo estudados por outros ramos da ciência. A parapsicologia, por exemplo, está investigando a natureza e os efeitos de fenômenos psíquicos e de energia psicocinética. Essas áreas abarcam espiritismo e ufologia. Os progressos da parapsicologia terão aplicação direta em ufologia. Reciprocamente , a acumulação de dados sobre ufologia pode ser de interesse para a psicologia.
Assim, procure ter boas noções sobre as ciências que explicam a natureza e o ser humano, tais como a geologia, meteorologia, astronomia, teorias de vôo que explicam os movimentos de nossas máquinas, psicologia, parapsicologia, entre dezenas de outros ramos. Enfim, além de uma visão ampla, o pesquisador deve ser sensível a ponto de não descartar qualquer hipótese, por mais absurda que seja.
Fácil deduzir que, por mais que pretendamos ter uma gama de conhecimentos, o nível ideal será impossível de ser atingido, uma vez que o mundo globalizado trabalha e nos induz a ser, cada vez mais, um especialista. Em decorrência disso, você será sempre dependente de outras pessoas, com especializações distintas.
Por isso, que tente cultivar hábitos que o leve a conquistar amizades. Pratique a camaradagem; seja ético; respeitador das opiniões alheias, por mais que estas lhe sejam contrárias; seja leal, porém sem ser subserviente. Nunca permita que alguém se magoe a partir de seus atos e nem permita que se enraíze, em ti, o sentimento do rancor.
Por último: não se arrisque. Lembre-se que você lida com o desconhecido. Procure promover suas pesquisas sempre na companhia de outras pessoas.
10- Gostaria que você deixasse uma mensagem para todos do CUB, do GEO, e para os demais colegas da ufologia.
Milton Aloísio: Quase repetindo o que disse anteriormente, desarmem seus espíritos, busquem a humildade e assumam que ninguém é dono de nenhuma verdade ou é detentor de quaisquer respostas definitivas, convincentes e esclarecedoras do fenômeno. Nada sabemos sobre sua origem, seus aspectos constitutivos e operacionais, bem como sobre a finalidade de suas visitas. Exercitem a camaradagem, o respeito às pessoas dos colegas da área e saibam lidar/conviver, de forma harmoniosa, com pensamentos e idéias divergentes.
E finalmente, obrigado pelo honroso convite e oportunidade que me deram de dizer o que penso.
Milton Aloísio de Oliveira
Setembro de 2.006
Última Atualização ( 18 de novembro de 2007 )
Por Administrator
17 de novembro de 2007
DE MILTON PARA MILTON
Milton Frank entrevista Milton Aloísio Presidente do Grupo de Estudos de OVNIS.
1- Porque você resolveu se dedicar à ufologia?
Milton Aloísio: Até fico com a impressão de que foi em atenção a um chamado. Creio que todos que foram levados à ufologia, a partir de um avistamento, têm este tipo de sentimento. Contava apenas 9 anos de idade quando, numa noite de céu limpo do mês de novembro de 1.962, na companhia de dois primos, presenciamos a passagem de um belíssimo OVNI de forma de pratos superpostos, quase do tamanho de uma lua cheia. O mesmo girava em torno de seu eixo e emitia luzes coloridas que se alternavam, entre o amarelo, azul, verde e vermelho. Silenciosamente, cortou o céu de sul a norte. Aquela imagem nunca mais me saiu da cabeça. E inusitadamente (em vista da pouca idade e em época de pouquíssimos, difíceis e ultrapassados meios de pesquisas), passei a sair à caça de todas e quaisquer informações sobre aparecimentos de OVNIS. Já àquela época passei a alimentar o sonho de criar, quando pudesse, um grupo de pesquisas, reunindo pessoas que, como eu, interessavam-se pelo assunto. Assim, posso afirmar que não resolvi me dedicar à ufologia. Diferentemente, acho que fui levado a me dedicar às pesquisas, mesmo que precariamente, mas com zelo, dedicação e persistência que vem varando as últimas décadas. Afinal, já conto 44 anos que tento acompanhar, da melhor forma que me é possível, aquele que é, sem dúvida, o maior enigma de todos os tempos.
2- Como, Quando, Onde e Porque o GEO – Grupo de Estudos dos OVNIS foi fundado?
Milton Aloísio: Como disse anteriormente, desde criança, como que atendendo um quase comando, alimentava um persistente ideal de, no futuro, criar um grupo para estudo dos Ovnis e suas evidências físicas. Mas minha família era de poucos recursos. Meus sonhos pareciam muito longe e quase inatingíveis. De 1962 a 1974, só restou a vontade. Neste último ano ingressei, após aprovação em concurso, nos quadros funcionais do Banco do Brasil. A primeira missão foi ajudar minha família, eis que minha dívida de gratidão, com a mesma, era enorme. Mas em 1979, especificamente no dia 27 de junho, com uma palestra do eminente e já saudoso Hulvio Brant Aleixo, presidente do CICOANI, na sede da AABB de Pará de Minas, foi oficialmente criado o GEO – Grupo de Estudo dos Ovnis. À medida que o grupo de interessados foi crescendo, atingindo interessantes e representativos segmentos da sociedade Paraminense, sentimos-nos com a obrigação de regulamentá-lo. Mais adiante, em 04 de maio de 1984, após amplas discussões democráticas, foi aprovado e celebrado o seu estatuto. Daí adveio necessidade do registro e regulamentação do Grupo, como tarefas complementares. Desde aquela época o GEO encontra-se devidamente registrado nos órgãos públicos competentes. Nos termos do art. 1º do referido Estatuto Social, “O GEO é uma sociedade civil de pesquisas, independente, sem fins lucrativos, que procura concorrer para a solução do enigma OVNI. Nos termos do art. 2º, “São finalidades do Grupo: a) pesquisa (coleta de dados); b) divulgação; c) documentação; d) observação aero-espacial; e) intercâmbio com similares nacionais e estrangeiros”.
3- Como você vê a realidade da ufologia mundial neste momento?
Milton Aloísio: Analiso a questão sobre diversos prismas. Primeiramente, no tocante a descobertas e respostas ao enigma, entendo que a UFOLOGIA não andou em nenhuma direção. Está no exato ponto onde teve início, quando surgiram os primeiros estudiosos. Teorias mirabolantes surgem a todo momento, a ponto de levar-nos a sentir extremada saudade daqueles tempos pioneiros. No entanto, servem essas, quase unicamente, para fabricar uma casta de alucinados e novéis pesquisadores, na grande maioria. E tudo se dando a partir de gabinetes, via internet. Felizmente, algumas boas exceções surgiram na nova safra de pesquisadores. E essa postura tem afastado a pesquisa de um ponto básico e de suma importância: - a pesquisa de campo, em busca de casos reais e concretos.
Em segundo lugar, no tocante ao quesito relacionamento entre estudiosos, acho deplorável o estado em que se encontra a ufologia, notoriamente a brasileira. A intolerância, a falta de humildade, o desrespeito e até a grosseria existente nos inter-relacionamentos entre boa parte dos estudiosos é algo catastrófico, sentido em qualquer lista de discussão, comunidades e espaços virtuais que tratam do tema. Essa postura está inibindo, de forma lamentável, a participação de uma casta de bons nomes e que efetivamente teria muito a acrescentar ao debate ufológico. Creio que a ufologia, neste momento, necessita muito dos humildes.
Por último, vejo a realidade de uma ufologia perigosamente tendente ao consumismo. Embora aos mais previdentes seja possível se esquivar dos exageros e sensacionalismos, entretanto, para as novas mentes em formação essa realidade pode ser extremamente danosa.
4- Recentemente você divulgou uma lista em sua comunidade no ORKUT dos 10 casos mais relevantes, o qual você frisou que não era sua. Portanto agora, gostaria que você mencionasse na sua opinião quais são os 10 casos ufológicos do mundo para você?
Milton Aloísio: Uma listagem da espécie nunca vai conseguir ser uníssona. É questão de foro íntimo. Para mim, o caso mais importante foi o que me fez interessar pelo assunto, ou seja, aquele acontecido comigo na noite de 9 de novembro de 1.962.
Sem levar em conta aqueles acontecidos durante a - que eu costumo chamar de – “era clássica” da Ufologia, e sem pretender polemizar, creio como sendo bastante significativos (e que marcaram minha caminhada) os seguintes:
1.Os Foo-fighters;
2.O avistamento de Kenneth Arnold;
3.O incidente de Roswell;
4.A perseguição efetivada por Thomas Mantell;
5.A invasão de Washington em julho de 1952;
6.A abdução de Antônio Villas Boas;
7.O caso da Ilha de Trindade;
8.A abdução do casal Betty e Barney Hill;
9.Ovnis perseguidos pela FAB;
10.O incidente de Varginha.
5- Como você acredita que um investigador de casos ufológicos deve proceder para investigar um caso?
Milton Aloísio: Independentemente do ramo da ufologia, com total imparcialidade e emprego de rigorosa metodologia científica, na condução e conclusão de seus trabalhos. Deve procurar, invariavelmente, não influenciar os envolvidos em suas investigações. Assim, saber ouvir e intervir, de forma adequadas, são característicos indispensáveis a serem perseguidos.
6- Você já vivenciou algum caso ufológico? Caso positivo, relate-o. Caso negativo, te perguntaria, Você está preparado para ter um contato com seres de outro planeta?
Milton Aloísio: Já presenciei, além daquele citado em resposta à primeira pergunta, diversos outros fenômenos luminosos à distância, porém, nenhum digno de maior divagação neste momento. Sobre a segunda parte desta pergunta, confesso que não sei se estou preparado para um contato com seres de outro planeta. Isso porque, não creio que estejamos sendo visitados unicamente por seres pacíficos. A própria história da nossa civilização demonstra que não é o progresso da ciência que produz o crescimento espiritual de uma raça. Fosse assim e estaríamos vivendo em um mundo fraterno, justo e harmônico.
7- O que você acha da qualidade da ufologia brasileira?
Milton Aloísio: A ufologia brasileira, infelizmente, é desorganizada. Por isso a mesma não tem o respeito desejável. Entendo que todos os Grupos de Pesquisas deveriam se organizar internamente, saírem da informalidade e promoverem seus registros mínimos. Deveriam procurar contar, em suas fileiras, com elementos das mais diversificadas áreas do conhecimento, nunca fechando suas portas à possibilidade de admissão e formação de novos estudiosos. Estes grupos organizados, o passo seguinte seria a fundação de uma entidade representativa nacional. Nada imposto de cima para baixo. Ao contrário, teria seu estatuto elaborado pela vontade da maioria absoluta dos integrantes destes grupos, a qual se submeteriam e elegeriam, democraticamente, os seus representantes. Mas isso, diante da realidade que se afigura no seio da ufologia, parece ser sonho inatingível.
8- Dos casos que o seu grupo investigou, qual o que mais te convenceu da existência de seres extraterrestres?
Milton Aloísio: A casuística na região de Pará de Minas, fincada no centro-oeste do Estado de Minas Gerais, era, nas décadas de 60 a 80, muito diversificada. A seguir, seguindo o contexto nacional, e porque não dizer mundial, houve, inexplicavelmente, uma sentida diminuição de ocorrências. Nunca vi um ser extraterrestre. Melhor dizendo, nunca consegui distinguir um, no meio em que vivo (risos). O caso que mais me convenceu, não da existência de Ets propriamente ditos, mas da evidência do fenômeno UFO em si, foi quando, ainda na década de 70, duas estudantes de direito, ao retornarem à cidade, após freqüentarem suas aulas vespertinas na vizinha cidade de Divinópolis, próximo às 19:30 horas, viram a aproximação de um objeto voador que emitia forte e estranhíssima luminosidade, voando baixo entre as serras da região. Continuando sua jornada, nunca poderiam imaginar que, alguns quilômetros à frente, iriam se defrontar com o referido objeto pousado na BR-262, bem próximo do trevo de Pará de Minas, ocupando um dos lados da pista. De forma completamente inusitada, continuaram o seu trajeto e passaram lateralmente pelo mesmo, porém, mudas e petrificadas. Não trocaram entre si nenhum tipo de comentário. Somente mais adiante, com o carro e relógios parados, em pane total, e após receberem a ajuda de passantes, é que conseguiram dizer as primeiras palavras sobre o ocorrido. O caso poderia ser interpretado como mais simples, não fosse a grande comprovação posterior. A famosa TV Itacolomi, com suas transmissões a partir da capital mineira, logo em seguida, passou a noticiar, em contínuas edições extras de seu jornalismo, a ocorrência de dezenas e dezenas de aparições e pousos por todo o Estado, inclusive em Belo Horizonte. Foi , sem dúvida, a grande noite dos Ovnis em Minas Gerais. Com certeza, neste dia, restou patente para mim que o fenômeno era real, massificado e contundente. Não é difícil deduzir que estes objetos são operacionalizados por inteligências desconhecidas, Ets ou não.
9- O que você diria a um jovem que quisesse iniciar uma vivência de investigador de casos ufológicos?
Milton Aloísio: Primeiramente, que procure ter uma postura a mais humilde possível. Somente assim conseguirá atingir o seu objetivo. O humilde sabe ouvir, aquilatar detalhes, qualidades que, quase sempre, escapam dos arrogantes e insensíveis. Mas também deverá saber, com facilidade, separar o joio do trigo. Tenha em mente que ninguém é dono de nenhuma verdade, como também não é detentor de nenhuma resposta efetiva que possa explicar o fenômeno. Dedique-se às pesquisas de campo e que não confunda este trabalho com a mera vigília programada. Vá diretamente à fonte, investigue, anote todos os detalhes, e a partir desse conjunto e esgotadas as análises necessárias, elabore, então, um trabalho com padrão e rigores científicos, sendo esta a única forma do mesmo vir a ser respeitado. Entretanto, não ouse pretender alçar a ufologia, por ora, como sendo um ramo da ciência. Ao contrário, procurar com trabalhos bem elaborados, cada vez mais pressioná-la (a ciência) no sentido de rever seus conceitos sobre o tema.
Contente-se com o fato de que a ufologia, presentemente, é um ramo da Nafologia, que é o “campo de estudo que lida e examina todos tipos de fenômenos e acontecimentos que dizem existir ou que aconteceram, para quais não existe explicação científica”. Inclui campos tão diversos como: astrologia, ocultismo, superstição, espiritismo e reencarnação. A meta da nafologia é encontrar respostas para esses fenômenos e averiguar como e de que maneira afetam a vida humana. Algumas das áreas de interesse dos nafologistas estão também sendo estudados por outros ramos da ciência. A parapsicologia, por exemplo, está investigando a natureza e os efeitos de fenômenos psíquicos e de energia psicocinética. Essas áreas abarcam espiritismo e ufologia. Os progressos da parapsicologia terão aplicação direta em ufologia. Reciprocamente , a acumulação de dados sobre ufologia pode ser de interesse para a psicologia.
Assim, procure ter boas noções sobre as ciências que explicam a natureza e o ser humano, tais como a geologia, meteorologia, astronomia, teorias de vôo que explicam os movimentos de nossas máquinas, psicologia, parapsicologia, entre dezenas de outros ramos. Enfim, além de uma visão ampla, o pesquisador deve ser sensível a ponto de não descartar qualquer hipótese, por mais absurda que seja.
Fácil deduzir que, por mais que pretendamos ter uma gama de conhecimentos, o nível ideal será impossível de ser atingido, uma vez que o mundo globalizado trabalha e nos induz a ser, cada vez mais, um especialista. Em decorrência disso, você será sempre dependente de outras pessoas, com especializações distintas.
Por isso, que tente cultivar hábitos que o leve a conquistar amizades. Pratique a camaradagem; seja ético; respeitador das opiniões alheias, por mais que estas lhe sejam contrárias; seja leal, porém sem ser subserviente. Nunca permita que alguém se magoe a partir de seus atos e nem permita que se enraíze, em ti, o sentimento do rancor.
Por último: não se arrisque. Lembre-se que você lida com o desconhecido. Procure promover suas pesquisas sempre na companhia de outras pessoas.
10- Gostaria que você deixasse uma mensagem para todos do CUB, do GEO, e para os demais colegas da ufologia.
Milton Aloísio: Quase repetindo o que disse anteriormente, desarmem seus espíritos, busquem a humildade e assumam que ninguém é dono de nenhuma verdade ou é detentor de quaisquer respostas definitivas, convincentes e esclarecedoras do fenômeno. Nada sabemos sobre sua origem, seus aspectos constitutivos e operacionais, bem como sobre a finalidade de suas visitas. Exercitem a camaradagem, o respeito às pessoas dos colegas da área e saibam lidar/conviver, de forma harmoniosa, com pensamentos e idéias divergentes.
E finalmente, obrigado pelo honroso convite e oportunidade que me deram de dizer o que penso.
Milton Aloísio de Oliveira
Setembro de 2.006
Última Atualização ( 18 de novembro de 2007 )
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