segunda-feira, 30 de março de 2009

REFLEXÃO, QUAL O PAPEL DO UFÓLOGO DE HOJE ?

A ufologia moderna já está com mais de 50 anos de idade.
No entanto, parece-me que ela pouco mudou desde então.

No início, os primeiros entusiastas focaram suas energias na prova da
existência do fenômeno e desde então travam uma intensa luta com os
governos, alegando que os mesmos escondem evidências e até mesmo
contatos oficiais com os alienígenas.

Para os ufólogos, essa atitude de acobertar (esconder, suprimir) os
fatos, mantida pelo governo, é um fato claro e sem dúvidas.
Segundo eles, toda essa manobra de acobertamento tem como propósito
causar descrédito às notícias sobre avistamentos, abduções e outros
supostos contatos.

No entanto, poucos ufólogos admitem ou percebem que, muito mais do
que qualquer governo, eles próprios foram os grandes responsáveis
pela atual mitificação e descrença em que se encontra a ufologia
mundial.
Quando se manipula dados, acrescentando fatos, retirando outros,
floreando aqui e ali, muitas vezes com a clara intenção de promoção
pessoal, criam-se condições perfeitas para a fraude e conseqüente
descrença sobre a ufologia.
Infelizmente a história da ufologia está repleta de exemplos da
atitude descrita acima.

Mas não é só ela que levou a ufologia a uma estagnação e ao gradual
aumento do seu processo de "confinamento" ou "cristalização" .
Essa "cristalização" é fruto da mesmice das pesquisas, da retórica do
discurso, da falta de novos objetivos ou até mesmo de propósitos.

Depois de 50 anos, já não é mais necessário a busca pela prova, pois
o fenômeno, por si só, acaba se provando.
Também não creio ser necessária a retórica do acobertamento. Seguir
nesse caminho é, no mínimo, pouco inteligente.
Ora, se uma civilização desenvolve métodos para viajar pelo espaço em
grandes distâncias, supõe-se que no mínimo possuem um entendimento
maior que o nosso de certos aspectos da existência.
Supor que seres com esse grau de entendimento resolva "barganhar" com
governos terrestres em troca de supostas vantagens é, na minha
modesta opinião, ingenuidade.
Se esses seres quisessem algo de nós, não precisariam barganhar. Nem
pedir.

Meu discernimento me impele a raciocinar da seguinte forma: se tenho
condições de viajar pelo espaço e, talvez, até dobrar o espaço-tempo,
o que teria de interesse num planeta cujos habitantes não conhecem os
princípios básicos que regem o universo que lhes cerca?
E quando digo princípios básicos não estou falando da física ou
química. Falo de boa convivência, de respeito à Natureza, de
tolerância...
Pois se admitirmos a hipótese desses seres serem viajantes de longa
distâncias, com certeza eles tiveram que aprender a conviver entre si
para que não se destruíssem no processo evolutivo.

Domínio tecnológico requer, invariavelmente, compreensão e controle
emocional.
Friso bem isso: COMPREENSÃO e controle emocional.
Esse tal controle emocional tem que advir dessa compreensão ou
sabedoria, pois se for algo construído com base na repressão ou
simplesmente pela repetição da tradição, cedo ou tarde ele vai ser
perdido. E quando isso ocorrer, desgraças acontecem...

Quem não conhece sobre os episódios de Hiroshima e Nagasaki, ou dos
campos de concentração, ou pra ser mais contemporâneo, dos testes
feitos em animais nos laboratórios farmacêuticos.
Em suma: sabemos por experiência que ter conhecimento não é ter
sabedoria. Usar a tecnologia com base no conhecimento leva a um
caminho. Usá-lo com sabedoria, leva a outro.

Baseados nas reflexões acima, podemos nos perguntar: por que então
insistimos em ver o fenômeno ufológico como uma disputa entre lados?
Num momento é aliens X governos, noutro governos X ufólogos e ainda
aliens X ufólogos.
Ou os aliens são malvados e querem dominar o mundo, ou os governos
estão ocultando fatos porque eles são os malvados da história, ou os
aliens são os malvados de novo, pois abduzem e mutilam, e fazem
implantes...
Em contrapartida tem os que vão para o lado oposto: Eles são nossos
salvadores.

Seja qual for o cenário, há sempre dois pólos.
E nesse cenário de polaridades, muitas vezes o cerne da questão é
esquecido ou posto de lado, dando lugar aos egos e crenças.
E assim a ufologia vai se fundamentando como uma pseudociência.

Então, continuo a me perguntar: qual o papel do ufólogo atual?
Perpetuar as bravatas?
Mudar de pólo?
Ou mudar de consciência?

Muita Paz,
Luiz Fernando Mingrone.
www.ufologia. org.br