quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Reabrindo o Caso Varginha

O caso mais importante da Ufologia Brasileira é
também o mais acobertado pelos militares
No início de 1996, o Brasil e o mundo foram surpreendidos com a notícia de que uma nave extraterrestre havia se acidentado na cidade de Varginha, no sul do Estado de Minas Gerais, e que alguns de seus tripulantes haviam sido recolhidos pelas autoridades. Nessa época eu residia na localidade de Itaipava, um distrito do município de Petrópolis, no interior do Rio de Janeiro. Lembro perfeitamente como, em uma noite de domingo, ao assistir ao programa Fantástico, da Rede Globo, tive o primeiro contato com essa fascinante história. A reportagem revelava que duas adolescentes, as irmãs Liliane e Valquíria Silva, juntamente com uma amiga mais velha, Kátia Xavier, ao passarem por um terreno baldio no bairro Jardim Andere, de Varginha, com o objetivo de cortarem caminho para chegar mais cedo à casa onde moravam, encontraram uma criatura de aspecto monstruoso agachada nas proximidades do muro de uma oficina mecânica. O ser “não era nem homem, nem animal”, disseram. Ao serem entrevistadas pelo programa, as testemunhas ainda estavam visivelmente abaladas. Elas haviam encontrado algo muito especial. Segundo elas, a criatura tinha pele marrom viscosa, olhos enormes de cor vermelha, e três protuberâncias na parte superior da cabeça, que era bastante volumosa. Não notaram sinais que indicassem a existência de boca ou nariz. A criatura apresentava ainda muitas veias saltadas, principalmente nos ombros, e seus pés eram proporcionalmente grandes. O ser parecia não se sentir bem, dando a impressão de estar entorpecido. Em poucos segundos, as três testemunhas partiram chorando em direção à casa das irmãs, imaginando, entre outras coisas, terem encontrado o diabo... A reportagem fazia menção, ainda, a boatos que corriam na cidade, segundo os quais a misteriosa criatura havia sido capturada por militares e passado por um dos hospitais de Varginha, antes de ser retirada da localidade. Essas informações faziam referência à participação de membros do Corpo de Bombeiros, Exército e da Polícia Militar locais. O advogado e ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, então co-editor da Revista UFO e residente no mesmo bairro em que ocorreu o fato, entrevistado pelo Fantástico, já declarava que “alguma coisa de muito importante parecia estar sendo encoberta”. Mas, francamente, nesse meu primeiro contato com a história, não cheguei a ficar impressionado. No entanto, com o passar dos dias, acabei telefonando para Ubirajara e minha percepção das coisas começou lentamente a se modificar. Estávamos no limiar de uma investigação que iria revelar um dos casos mais importantes da Ufologia Mundial.

Proposta de suborno

Nos meses seguintes, estive várias vezes em Varginha para ajudar e participar das investigações, sempre a convite de Ubirajara, sem dúvida um dos maiores talentos da Ufologia Brasileira. Minha primeira visita à cidade ocorreu em 03 de maio, com o objetivo de participar de uma reunião que iria ocorrer no dia seguinte, na qual seriam passadas para vários pesquisadores e investigadores convidados as últimas informações conseguidas por Ubirajara e Vitório Pacaccini, membro do Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (CICOANI), sediado em Belo Horizonte, que tinha já se
incorporado às investigações, colaborando com o pesquisador varginhense. Quando cheguei à rodoviária da cidade fui recepcionado por Pacaccini, que prontamente me colocou a par de uma verdadeira bomba.

Poucos dias antes, Luísa Helena Silva e suas filhas, Liliane e Valquíria, testemunhas primárias do caso, haviam recebido a visita de quatro homens vestidos de terno escuro, que não quiseram se identificar. O objetivo central desse contato foi simplesmente apresentar uma proposta de suborno à família. Os homens estavam dispostos a pagar o dinheiro que fosse necessário para que as filhas desmentissem o caso, ou seja, que negassem ter avistado a criatura no dia 20 de janeiro. Disseram que voltariam depois para saber a resposta. Informaram ainda que, caso aceitassem, seriam levadas para dar uma entrevista a um canal de televisão fora da cidade, para que desmentissem seus depoimentos anteriores. Era evidente que havia um projeto visando a desmoralização do caso, baseado nas primeiras testemunhas – da mesma maneira que havia ocorrido 50 anos antes com o Caso Roswell.

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