quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Caso Varginha III

Irritação dos militares

A parte mais ilustrativa e interessante desse documento, está ligada aos depoimentos supostamente prestados por vários militares que tiveram, segundo nossas fontes, envolvimento nas operações de captura e transporte das criaturas para fora de Minas Gerais, ou no processo de acobertamento.

Esses depoimentos teriam sido prestados ao coronel Renê Jairo Fagundes, responsável pela referida
sindicância – outro nome diretamente envolvido com o caso e a política de sigilo da ESA, que ainda não havia sido divulgado. Aparentemente, segundo a documentação a que tivemos acesso, todos os depoentes tiveram que responder se conheciam ou tinham tido algum tipo de contato com os pesquisadores Ubirajara Rodrigues e Vitório Pacaccini.

Os militares revelavam também onde estavam nas datas e horários críticos relacionados ao caso, e o que faziam nesses momentos, o que era uma das indagações que o general Lima não respondera na entrevista à imprensa. Estas páginas informam ainda, em termos gerais, o nome de testemunhas – geralmente outros militares – que poderiam confirmar a versão do suposto depoente.

Não é muito difícil de se imaginar, especulando-se um pouc
o, que os procedimentos desta sindicância foram inspirados em boa parte nos questionamentos feitos ao general Lima pelo já mencionado jornalista que o interpelou (sobre o que estavam fazendo os militares nas datas e horários divulgados pelos ufólogos), que o deixou tão irritado. O mais impressionante é uma informação que recebemos de outra fonte, que serviu durante muitos anos na ESA e hoje reside no norte do país.

Segundo ele, pelo menos parte dos depoimentos constantes em tal sindicância, que constituem a documentação a que tivemos acesso, não foi prestada no sentido literal. De acordo com nossa nova fonte, não passariam de uma peça de ficção criada dentro do processo de acobertamento, desenvolvida para que os militares envolvidos com a história –
principalmente os que possuíam patentes inferiores – assinassem e se comprometessem com a política de sigilo. Ainda segundo tal informante, cujo nome ainda não pode ser revelado, havia um temor por parte do comando da ESA de que um ou mais dos militares envolvidos no Caso Varginha se desligassem do Exército e revelassem a verdade.

Se isso acontecesse, pelo menos na visão limitada dos que imaginaram e desenvolveram a idéia da sindicância, o Exército teria em mãos uma outra versão para ser utilizada em defesa da “verdade oficial”. Esses documentos apresentam detalhes como a filiação dos depoentes, os números de suas identidades militares e suas declarações perante o sindicante, coronel Fagundes. Mas eles não estão assinados, ou melhor, não são as cópias
assinadas, que imaginamos terem sido posteriormente arquivadas. Por exemplo, na página referente ao suposto depoimento do comandante das operações, o tenente-coronel Santos, existem várias perguntas cujas respostas não estão impressas, o que não acontece nas páginas referentes aos demais depoentes.

As respostas adequadas não haviam ainda sido estabelecidas? Isso tudo fortalece a idéia que nosso segundo colaborador, relacionado a este aspecto do caso, está mesmo falando a verdade. Colocamo-nos diante de uma peça de ficção, mas de sérias conseqüências. De algo com dupla finalidade: preservar a versão oficial da ESA e fazer pressão sobre os membros de seu contingente. Essa pressão, ao contrário do documento que a gerou, não é ficção.




Reconstituição da história


Em 05 de maio de 1996, dia seguinte ao da reunião em que divulgamos pela primeira vez nomes de membros da ESA envolvidos no caso, vários deles teriam sido presos, confinados em suas instalações. O curioso nessa história é que, na visão do comando da ESA, nossos informantes militares, que prestaram seus depoimentos voluntariamente, tinham que estar sempre entre as patentes mais baixas. Com o passar dos meses, surgiram outros militares do Exército, da Força Aérea Brasileira, bombeiros e membros da Polícia Militar de Minas Gerais, além de um número expressivo de civis, todos contrários ao processo de acobertamento, que passaram a nos ajudar a reconstituir progressivamente a história.

Soubemos através de outra testemunha militar, um operador de radar do Rio de Janeiro, que, desde o final de 1995, UFOs vinham sendo detectados cada vez com mais freqüência sobrevoando o sul de Minas. Segundo ele, esta atividade cresceu ainda mais a partir do dia 13 de janeiro de 1997. Nessa data, segundo o piloto de ultraleve Carlos de Souza, um objeto voador não identificado e de aparência metálica, em forma de charuto, caiu numa fazenda próxima à Rodovia Fernão Dias, entre as cidades de Varginha e Três Corações. Souza era a mais nova testemunha do caso, localizada pelo ufólogo Claudeir Covo. Ele alega ter observado o aparelho ainda em vôo, em chamas, que seguiu a trajetória da rota até o suposto lugar da colisão. Ao chegar ao ponto de impacto, situado na Fazenda Maiolino, teria encontrado militares do Exército recolhendo os destroços.

Segundo o piloto, que se dirigia a um local onde aconteceria um campeonato de ultraleve, havia no local dois caminhões, uma ambulância militar e um helicóptero – mas nenhum sinal dos possíveis ocupantes do artefato. Souza alega ainda que, ao ser notado pelos militares, foi expulso da área e posteriormente seguido. Ao parar num posto de gasolina da Fernão Dias, foi abordado por uma pessoa não identificada, que havia chegado ao local com um acompanhante, ambos num carro Opala.


Queda do UFO confirmada

O cidadão abordou o piloto e “sugeriu” que esquecesse o que tinha visto. Na realidade, segundo a testemunha, houve mais do que uma simples sugestão: um tom de ameaça no ar. Souza preferiu seguir o conselho, permanecendo em silêncio durante vários meses, até que, lendo uma matéria sobre o caso, de autoria de Covo, resolveu procurar o pesquisador e relatar o sucedido. Em relação à queda de uma nave não terrestre em Varginha, existem outras confirmações de sua ocorrência inequívoca, entre elas testemunhas militares que também revelaram ter visto chegar à ESA dois caminhões carregando os fragmentos metálicos. Isso para não falarmos dos depoimentos do senhor Eurico de Freitas e sua esposa, dona Oralina, que informaram ter observado, próximo à cidade, numa madrugada daquela semana, um objeto voador em forma de cilindro e de aspecto metálico, aparentemente com problemas, voando baixo e soltando algo semelhante à fumaça.

Mas, se as primeiras referências à queda do objeto estão relacionadas ao dia 13 de janeiro, todas as testemunhas até hoje revelam que a primeira criatura foi capturada somente na manhã do dia 20, mais exatamente às 10h30, por membros do Corpo de Bombeiros, no bairro Jardim Andere de Varginha. Participaram de sua captura, segundo nossas fontes, o sargento Palhares, o cabo Rubens, os soldados Nivaldo e Santos. Esteve também no local o próprio comandante dos bombeiros de Varginha, major Maciel, que seria transferido nos dias seguintes para a cidade de Poços de Caldas (MG).

A criatura estava visivelmente ferida e, após sua captura, feita com a ajuda de uma rede, foi transferida para uma caixa de madeira e retirada da cidade no interior de um caminhão do Exército. Em julho de 1999, fui convidado a fazer uma palestra para um grupo da Ordem Rosacruz de Poços de Caldas, para onde o comandante do Corpo de Bombeiros de Varginha havia sido transferido após a captura de um dos seres. Na oportunidade, fui entrevistado pelos principais jornais da cidade, que deram amplo destaque às minhas pesquisas sobre o Caso Varginha. Durante uma dessas entrevistas, o jornalista que a realizou não pôde contar com a presença do fotógrafo e horas depois me procurou no hotel onde estava hospedado, para obter algumas fotos minhas para a matéria, que seria publicada no dia seguinte.

Depois de completar seu trabalho, fui questionado pelo mesmo sobre minha visão a respeito do caso. Para minha surpresa, logo em seguida, o profissional revelou-me que, após a transferência de Maciel para Poços, tinha se tornado íntimo do militar e já havia comentando com ele sobre o caso ocorrido no sul de Minas.






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