quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Caso Ufológico Brasileiro, Westendorff.




Caso Westendorff

O empresário gaúcho Haroldo Westendorff, 39 anos, administra uma empresa de beneficiamento de arroz, uma transportadora e uma fábrica de rações que comercializa 7,5 mil toneladas por ano. Casado há 14 anos e pai de um filho de nove, nas horas de folga ele costuma pilotar o seu próprio avião monomotor Tupi, prefixo PT- NTH. Foi num desses momentos de lazer que o empresário viveu, no último mês, uma experiência digna dos melhores momentos de Steven Spielberg, o diretor de ET e de Contatos imediatos de terceiro grau. Às nove horas, logo depois de tomar o café da manhã, ele decolou do aeroporto de Pelotas (RS) para mais um passeio. Estava um céu de brigadeiro. Às 10h15, quando sobrevoava a ilha de Saragonha, na Lagoa dos Patos, a cerca de 15 quilômetros do aeroporto, Westendorff deparou-se com um imenso OVNI, que, segundo ufólogos, seria uma nave-mãe extraterrestre. O susto foi enorme. Até a gagueira de infância voltou a afetar-lhe por alguns segundos. Recuperada a fala, o empresário conseguiu levar o monomotor a até muito próximo do OVNI, onde permaneceu por mais de dez minutos. Seu depoimento é fantástico.

"Estava voltando ao aeroporto quando me deparei com um objeto enorme. Sou piloto desde os anos 70 e sei muito bem que aquilo não era um balão meteorológico. O objeto tinha uma base do tamanho de um estádio de futebol, como o Beira-Rio, com cerca de 100 metros de diâmetro, e de 50 a 60 metros de altura. Ele tinha a forma de um cone, com os vértices arredondados, e percebi que poderia acompanhá-lo. Por 12 minutos permaneci voando ao redor do OVNI, a uma distância de aproximadamente 100 metros. Dei três voltas ao redor da nave e pude observar seus detalhes. Ela era feita de algo parecido com metal, tipo um latão envelhecido, com a parte inferior lisa e oito vértices, que tinham cada um três saliências, como bolhas. A nave girava em torno de si própria e se deslocava em direção ao mar. Para acompanhá-la, voei a uma velocidade de 60 milhas por hora (cerca de 100 km/h) e a cerca de 1.800 metros do chão. Durante o tempo em que permaneci ao redor do OVNI não percebi nenhum movimento da nave que pudesse indicar uma reação hostil. De repente, a parte superior do OVNI se abriu, bem na ponta, e dali saiu um disco voador na vertical, que em seguida se inclinou 45 graus e disparou para cima numa velocidade impressionante. Pensei em dar um mergulho com o avião sobre a abertura da nave, para ver o que havia dentro. Mas desisti quando daquela abertura surgiu uma coluna de raios avermelhados, ondulantes. Assustei-me e me afastei para cerca de 200 metros da nave. Nesse momento, aquele objeto enorme subiu na vertical, numa velocidade fora do comum, sem fazer vento, sem ruído de explosão e sem nenhuma reação física. Já vi um caça F-16 a 2.400 quilômetros por hora e calculo que a nave tenha subido a mais de 12 mil quilômetros por hora, em questão de segundos".

O fato, ocorrido na manhã de 5 de outubro, impressiona não só pela riqueza dos detalhes descritos por um piloto com mais de 20 anos de experiência como pelo número e qualificação das testemunhas que asseguram ter avistado a mesma nave. Tão logo viu o OVNI, o empresário tentou usar o telefone celular para falar com a mulher. Como estava tomado pela gagueira, nem ela nem o filho conseguiram entender o que o piloto dizia. Depois de recuperar o fôlego, Westendorff se aproximou da nave e, durante a segunda volta ao redor dela, usou o rádio do avião para informar a sala de controle da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), do aeroporto de Pelotas, sobre o que estava ocorrendo. Perguntou ao operador da Infraero Airton Mendes da Silva, 40 anos, o que ele via no setor Leste na direção da pista 15/33. "Olhei para fora e vi no horizonte um objeto, na forma de um triângulo acinzentado, com as bordas arredondadas", conta o operador. Em 11 anos de trabalho no aeroporto, Silva assegura nunca haver visto algo parecido. Estavam com ele os auxiliares de serviços portuários Gilberto Martins dos Santos, 50 anos de idade e 14 de serviço no local, e Jorge Renato S. Dutra, 31 anos de idade e dez de serviço, que tentaram juntos identificar o objeto voador. "Ele parecia, a olho nu, do tamanho de uma torre de alta tensão, compara Gilberto. A maior surpresa, porém, se deu quando viram a nave se deslocar no sentido vertical. Desconheço aeronave na Terra que se desloque no sentido vertical, como se deslocou o objeto antes de desaparecer entre as nuvens", atesta Airton. "Nunca tinha visto um monstro daquele tamanho voando", diz Jorge.

Westendorff também se comunicou com o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), em Curitiba, no Paraná, responsável por vigiar os céus do Sul do Brasil. A resposta recebida foi a de que não havia nenhum registro anormal nos radares, embora pudessem detectar a presença do monomotor. No início de novembro, o Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica (Cecomsaer) informou a ISTOÉ que os equipamentos do Cindacta II funcionavam normalmente na manhã de 5 de outubro. Quanto ao testemunho do empresário e dos funcionários da Infraero, o Cecomsaer afirma que o Ministério da Aeronáutica tem um compromisso com a sociedade que não permite expor fatos sem comprovação. A experiência vivida pelo empresário gaúcho tem intrigado os ufólogos. Carlos Pereira, 34 anos, do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores e da Mufon, dos Estados Unidos, a maior organização do gênero no mundo, ficou surpreso ao verificar a semelhança do objeto visto em Pelotas com um outro fotografado em 16 de setembro, em Valley, no Alabama (EUA). Ele está convencido de que a nave existe. Para Pereira, porém, a dúvida reside em saber se se trata de algo extraterrestre ou de alguma experiência terráquea. É que no céu do Alabama, logo depois de o OVNI ter desaparecido, surgiram três helicópteros negros, sem nenhum tipo de marca que pudesse identificá-los. O aparecimento desses helicópteros é comum nas áreas de testes de projetos militares dos Estados Unidos, comenta Pereira. No livro Segredo cósmico, de William F. Hamilton III, diretor de investigações da Mufon, também são citadas aparições de UFOs, em 1989 e 1990, na Bélgica, semelhantes à nave vista por Westendorff. São relatos de pilotos, controladores de tráfego aéreo, meteorologistas, engenheiros aeronáuticos e físicos que descrevem os OVNIs grandes como campos de futebol ou maiores do que um avião cargueiro.

O Ministério da Aeronáutica mantém uma investigação sigilosa sobre a nave avistada por Westendorff. Na última semana de outubro, um sargento da Base Aérea de Canoas viajou a Pelotas para colher o depoimento do empresário e de funcionários da Infraero. O sargento pede para não ser identificado, mas passou uma tarde no aeroclube de Pelotas, ouviu os relatos e tomou conhecimento de um "desenho falado" de todo o episódio. É que, depois de ter visto a suposta nave-mãe, o empresário relatou todos os detalhes de sua história ao professor Sérgio Porres, da faculdade de engenharia da Universidade Católica de Pelotas, que fez o "desenho falado".

Enquanto a Aeronáutica não comprova a existência do OVNI, uma série de depoimentos recolhidos pelos ufólogos faz com que eles suponham que a Lagoa dos Patos exerça alguma influência sobre os ETs. Entre agosto e outubro, o Grupo de Pesquisas Científico-Ufológicas (GPCU), uma organização nacional dedicada ao estudo de fenômenos extraterrestres, registrou 30 aparições de OVNIs sobre Pelotas. O caso de Westendorff é o único ocorrido em plena luz do sol. No dia seguinte ao episódio com o empresário, o eletricista Donato Luís Rocha dos Santos, 51 anos, viu uma luz se deslocar no céu, com rapidez incrível e no sentido vertical. Ele estava caminhando nas proximidades da Lagoa dos Patos, na companhia do amigo, também eletricista, Maurício Sacramento. "A luz tinha um terço do tamanho da lua, uma luminosidade que nunca vi antes e voava em uma altura mais baixa do que a dos aviões que passam por aqui", recorda-se Santos. Um outro fenômeno foi testemunhado pelas publicitárias Maria Helena Fonseca, 32 anos, e Kátia Santos Goulart, 29 anos, na noite de 24 de setembro. Elas estavam em casa e ouviram fogos disparados no Esporte Clube Pelotas. Resolveram ver a queima da sacada. De repente, segundo Maria Helena, tiveram a atenção atraída por uma luz redonda intensa no céu, como se fosse um refletor, do tamanho de quatro luas cheias, que poucos segundos depois se apagou, deixando um rastro colorido, como um néon, com predominância do verde. "Os fogos estavam sendo disparados no lado sul do prédio, mas as luzes que avistamos estavam no sentido oposto", diz Kátia. Às 6h30 de 18 de setembro, o presidente da Associação Brasileira de Pesquisas Ufológicas, Hernan Mostajo, filmou um objeto brilhante que voou oito minutos sobre o município de Santa Maria, distante 415 quilômetros de Porto Alegre. Quando fez a filmagem, a mulher de Mostajo ligou para o Cindacta II que informou não haver aeronaves na área. Pediu informações então ao comandante da Base Aérea local, coronel Kinsy, que lhe deu a versão de que teria visto um avião que estava a caminho de Santa Cruz do Sul. "Se houvesse um avião cruzando a região naquele momento ele seria detectado pelo radar", avalia Mostajo. Não é de hoje, porém, que o espaço aéreo gaúcho é roteiro obrigatório dos ufólogos. Em 29 de abril do ano passado, um caso chamou a atenção dos especialistas. O soldado do Exército Fábio Conceição da Silva, hoje com 20 anos, fazia a guarda no 9º Batalhão de Infantaria Motorizada. Um colega foi fotografá-lo. A surpresa aparece no momento da revelação do filme. No fundo, atrás do soldado fotografado, aparece a imagem de um disco voador no céu. O GPCU mandou fazer exames laboratoriais no filme e descobriu que o material fotográfico não apresentava nenhum tipo de problema. Com tantos testemunhos intrigantes, o presidente do GPCU, Márcio Carvalho, 23 anos, e a vice-presidente, Elisângela Anderson, 22 anos, estudantes de engenharia da Universidade Católica, decidiram fazer vigílias na Vila Caruccio, na zona norte de Pelotas, nos dias 11 e 14 de outubro. Na segunda noite foram surpreendidos por flashes às suas costas. "Eram duas luzes fortes, com uma se movimentando de forma irregular à frente e a outra se prolongando para trás num movimento rápido, provocando o efeito do flash", relata Elisângela. Observaram o fenômeno por cinco minutos. Tentaram fotografar, mas o filme velou. Pelotas tem se tornado a capital brasileira dos OVNIs, conclui Carvalho

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